quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Magnólias


                                        Magnólias
                                         òleo / tela
                                         Sônia Carolina
                                         Coleção Particular
                                        Scarolla Carolina

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

A legislação brasileira protege qualquer tipo de informação produzida no país seja ela virtual ou não.
A lei 9.610 de 1998 diz que qualquer tipo de produção intelectual e artística, seja ela registrada ou não, publicada ou não, está protegida.
Peço respeitem os direitos autorais.
(Sônia Carolina Batista de andrade)
Scarolla Carolina

domingo, 14 de outubro de 2012

Onde está Maria?

       Maria!...Maria!...
Junto à janela, presa à observação de não se sabe o que, estava uma linda menina de mais ou menos cinco anos de idade.
Tez clara, belos cabelos encaracolados levemente dourados emolduravam o rostinho onde, atentos, os olhos esplêndidos encimados por sedosas e espessas pestanas, guardavam um ar de abandono, ensimesmados numa auréola de sonho, de profundas divagações...
Era sempre assim. Bastava o clic da objetiva da mente no festival de alguma lembrança, e lá estava ela, a perder-se num oceano de abstrações.  Maria era bonita, no entanto, existia ali, no cantinho do olhar, um certo mistério, um indefinível apelo, fundindo ternura e tristeza pelas alamedas bisonhas de um sorriso trigueiro e indefinível.
Havia luz, e havia perguntas no seu jeito de olhar, indagações que pairavam no ar sem resposta.
Havia presenças, havia surpresa e também, distância.
Presa à observação na janela, não via o dia, nem a beleza da florada que, chegada a primavera, cobrira de esperança e alegria o jardim, embalsamando a atmosfera com o hálito perfumado de madressilvas e jasmins.  Olhar disperso percuciente deixava-se envolver por interrogações, sombras buliçosas a cobri-la em seu manto de emoções indescritíveis. Lembrava o pai, aquela expressão de ternura e carinho na beleza do olhar, a dizer tanta coisa que ela, por enquanto, não poderia entender...
 Falava de amor, e quanto amor meu Deus!
 Falavam de esperança, de encontros, de sofrimentos e desencantos, dúvidas a bailar turbulentas num oceano infinito e tempestuoso de torturas e interrogações, tais precipites labaredas lambendo fotos e recordações, para o que o passado, enfim, esquecido, o deixasse viver livre de tormentosas procelas e ingentes martírios no carrossel sedento das lembranças que marchavam solenes e ininterruptas.
        Mas Maria era feliz, ou pelo menos, tinha quase tudo para sê-lo. Era muito amada por sua mãe que a cobria de sonhos e esperanças, voejando qual fantástica mariposa por sobre a luz que aquele corpinho, tenro e delicado espargia a cada movimento. Era como se ali, naquela flor, residisse o alimento, a razão, o tudo que movimentava a vida, e era o que bastava
        Naquele corpinho frágil, debatia-se, quiças, um espírito envelhecido e temeroso das árduas tarefas acrisoladas pelo manto da carne.
       O sol se desfazia em píncaros de luz por sobre a cidade morna, após um dia exaustivo, e os pássaros em eloquente querela se dispunham, cada um, a procurar seu ninho para o aconchego da noite que dentro em pouco, viria toldar o horizonte, febrilmente vermelho em máculas tristonhas de violáceas emanações.  E Maria continuava em seu cismar perdido na concha de um tempo lá pras bandas do inconsciente, onde pernoitavam lembranças e inquirições dificilmente cogitadas pela mente infantil que devaneava, sem ao certo saber o que buscava.
        Nascera na madrugada de um dia muito frio.  O corpinho tenro, agarrado ao útero da mãe menininha, fora de lá arrancado quase com violência a fim de salvar-lhe a vida.
 Acho que ela não queria nascer.  O ninho aconchegante que a mãe em seu imo lhe oferecia, representava a segurança contra um mundo hostil que ela adivinhara através das lágrimas, sentimentos entrecortados de dúvidas e ansiedades no coração daquela que lhe dera a vida.
Ela, ali escondidinha, um dia, ouvira o apelo do pai, sentira-lhe as mãos quase como uma carícia, ouvira-lhe as palavras plenas de ternura, rogando-lhe que viesse logo, ela que tardava mais que o necessário, pondo em risco sua existência. E sua voz, quente e mansa, ainda soava nos recessos de seu interior palpitante e temeroso, dadas as circunstâncias que ela ignorava.  Depois, flor arrancada à haste, olhou o mundo com olhos surpresos e indagadores, e desde então, adormecido o inconsciente, começara para ela nova vida na qual, a pequena semente começaria um novo ciclo, a preparação da sementeira num futuro desconhecido.
Por tudo isso, drama que seu inconsciente adivinhava sem atinar bem com verdades, Maria era uma menina triste.
Guardava muita vida no olhar febril e irrequieto, a descobrir o mundo através do toque desinquieto das mãos que a tudo buscavam na ansiedade típica do ser que contempla a vida descortinando horizontes paralelos, vida dispersa, e tocando-as, agasalhar contente, átomos de vibrações dessa vida, compondo a música eloqüente do seu destino de musa, misto de anjo e de fada.
Crescera num ambiente acolhedor mesclado de amor, ternura e mil cuidados, desvelos constantes, mas... por que haveria sempre um, mas...?
Apanágio hilariante de profundas cogitações, a mente humana parece captar em determinadas instantes, conquanto fugazes, resquícios moldados nas dimensões do tempo cujo requinte das máscaras não conseguiu destruir.
Era a falta do pai que a deixava assim, ou era ainda algo que se entrevia nas linhas da vida através de um não sei que pairando no ar, uma necessidade maior, a falta de unidade, do triângulo uníssono para compor a melodia suave do seu caminho?
              E, Maria, buscava através do olhar febril e percuciente, respostas que suavizassem os contornos esboçados do destino, no qual o elo que faltava, criavam um vinco de solidão capaz de alternar seu humor da alegria para a nostalgia de instante a outro.
           --    Maria!
Novamente se fez ouvir a voz argentina buscando, debalde a atenção da garota que, cismarenta continuava seu vôo qual borboleta sedenta de luzes e de cores.
     --   O que foi meu anjo?  Eu te amo meu amor, conta pra mamãe o que você está pensando...
A menina esboçando leve sorriso, mergulhou nos da mãe, os olhos plenos de interrogações misto ternura, rejeição, tristeza, deixando por um instante vagar a mente num turbilhão de emoções para depois perguntar:
      - Por que papai não vem com a gente?...
       Eu a via sempre através da janela, olhar perdido ou mesmo a brincar com outras crianças. Sentia falta do seu sorriso, daquele seu jeito especial, anjo e criança traquinas, trazendo uma alegria alucinante e ao mesmo tempo, aquele aperto no coração teimando em encontrar tristezas na pequenina Maria, tão linda e tão frágil!...
Um dia não a vi mais à janela...
Debalde a procurei. Havia partido com a família não sei pra onde. Confesso que chorei sentindo falta do pequeno anjo sem asas, pássaro triste engaiolado num corpo de criança a quem eu ainda tanto amo.
Jamais poderei esquecer o brilho dos seus olhos, o sorriso puro e ingênuo quando a estreitava nos braços, quando lhe contava estórias mil, e ela atenta, seguia um a um os meus gestos, me abraçava contente, e eu era feliz.
       O meu olhar de ontem, ainda a procura nas dobras de um tempo irreverente e cruel, que indiferente à dor de uma saudade, continua inflexível na sua marcha, e célere, a transformou em mulher.
       Onde estará a pequena Maria, quem escutou seu canto e presenciou a mutação que a vida e o tempo impõem ao ser humano?
       Onde está você Maria?


(Medalha de Bronze   do V Concurso Nacional  de Crônicas do Clube Literário de  Brasília DF  - 1996)

Do Livro "Confidências no Espelho" A ser brevemente editado.
Scarolla Carolina

Apoteose

                                     
                                        Técnica Mista
                                        Scarolla Carolina

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Antúrios


                                        Aquarela
                                        Scarolla Carolina
                                      

quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Alegria



                                                    Técnica : Óleo/ Tela
                                                    Esta tela pertence à Lúcia Valéria Fonseca Marques
                                                    Brasília DF

Em preto e branco


                                        Técnica mista
                                        Scarolla Carolina

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

O Plano Mental

                                
                                         Técnica  : Acrílico / Tela
                                         Díptico
                                         Scarolla Carolina

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Flores com amor!

Técnica Mista




Técnica Mista
                                              Dimensão: 40x60
Preço sob consulta pelo telefone: 83403835  ou pelo site:
soniacarolina7@yahoo.com.br
Scarolla Carolina