sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Desejos
Ah! Esse arpejo de volúpia que os meus sentidos atraiçoa,
incenso ardente de incontido e irreverente aroma,
queimando o ardor do meu desejo insano...
Ah! O cantar dolente dos meus olhos,
versos que minhas mãos, em inquieta busca, dedilham
no oceano do teu corpo nu sem que ninguém possa detê-las...
Ah! A dor latente vibrando na concha do meu peito
enquanto tu, disperso, preso a sofrer outros amores,
nem te deténs ante o aroma do meu beijo
com fragrância de rosa colhida antes que o outono viesse...
Em êxtase, suspiro em vagas cheias, dilacerando a treva,
a luz, o inferno e o céu de derradeiro e indelével encanto,
dardejando vida a cantar no lábio emudecido
depondo a teus pés um festival de primaveras
com prelúdios de verão adivinhando outras certezas...
Nesse suspirar dolente, a perambular no rastro exíguo das gaivotas
prossigo, alma violada nessa humana fraqueza pelos desacertos.
Sigo tangendo rebanhos de brumas incertas
pelo parlor da madrugada de invioláveis segredos,
entre rosas rubras a suspirar de orvalho,
sangrando saudades vermelhas, espelhos refletindo aromas e silêncios...
Choro por minha alma, profanada no calor desse abrasador desejo...
Foi por amor que deixei que voltasses, e me deixei vestir assim
pelas brumas que a noite agasalha no algazar de rendas de leveza extrema...
Ah! Ninguém há de beijar tua boca como eu,
com mais fervor, mais vida,estremecendo de prazer e singular encanto...
Ah! Eu nem sabia que foi por amor que te deixei voltar...
sônia carolina /Scarolla Carolina
METAMORFOSE - LGE - 2006
Brasília DF
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
terça-feira, 13 de novembro de 2012
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
A legislação brasileira protege qualquer tipo de informação produzida no país seja ela virtual ou não.
A lei 9.610 de 1998 diz que qualquer tipo de produção intelectual e artística, seja ela registrada ou não, publicada ou não, está protegida.
Peço respeitem os direitos autorais.
(Sônia Carolina Batista de andrade)Scarolla Carolina
domingo, 14 de outubro de 2012
Onde está Maria?
Maria!...Maria!...
Junto à janela, presa à observação de não se sabe o que, estava uma linda menina de mais ou menos cinco anos de idade.
Tez clara, belos cabelos encaracolados levemente dourados emolduravam o rostinho onde, atentos, os olhos esplêndidos encimados por sedosas e espessas pestanas, guardavam um ar de abandono, ensimesmados numa auréola de sonho, de profundas divagações...
Era sempre assim. Bastava o clic da objetiva da mente no festival de alguma lembrança, e lá estava ela, a perder-se num oceano de abstrações. Maria era bonita, no entanto, existia ali, no cantinho do olhar, um certo mistério, um indefinível apelo, fundindo ternura e tristeza pelas alamedas bisonhas de um sorriso trigueiro e indefinível.
Havia luz, e havia perguntas no seu jeito de olhar, indagações que pairavam no ar sem resposta.
Havia presenças, havia surpresa e também, distância.
Presa à observação na janela, não via o dia, nem a beleza da florada que, chegada a primavera, cobrira de esperança e alegria o jardim, embalsamando a atmosfera com o hálito perfumado de madressilvas e jasmins. Olhar disperso percuciente deixava-se envolver por interrogações, sombras buliçosas a cobri-la em seu manto de emoções indescritíveis. Lembrava o pai, aquela expressão de ternura e carinho na beleza do olhar, a dizer tanta coisa que ela, por enquanto, não poderia entender...
Falava de amor, e quanto amor meu Deus!
Falavam de esperança, de encontros, de sofrimentos e desencantos, dúvidas a bailar turbulentas num oceano infinito e tempestuoso de torturas e interrogações, tais precipites labaredas lambendo fotos e recordações, para o que o passado, enfim, esquecido, o deixasse viver livre de tormentosas procelas e ingentes martírios no carrossel sedento das lembranças que marchavam solenes e ininterruptas.
Mas Maria era feliz, ou pelo menos, tinha quase tudo para sê-lo. Era muito amada por sua mãe que a cobria de sonhos e esperanças, voejando qual fantástica mariposa por sobre a luz que aquele corpinho, tenro e delicado espargia a cada movimento. Era como se ali, naquela flor, residisse o alimento, a razão, o tudo que movimentava a vida, e era o que bastava
Naquele corpinho frágil, debatia-se, quiças, um espírito envelhecido e temeroso das árduas tarefas acrisoladas pelo manto da carne.
O sol se desfazia em píncaros de luz por sobre a cidade morna, após um dia exaustivo, e os pássaros em eloquente querela se dispunham, cada um, a procurar seu ninho para o aconchego da noite que dentro em pouco, viria toldar o horizonte, febrilmente vermelho em máculas tristonhas de violáceas emanações. E Maria continuava em seu cismar perdido na concha de um tempo lá pras bandas do inconsciente, onde pernoitavam lembranças e inquirições dificilmente cogitadas pela mente infantil que devaneava, sem ao certo saber o que buscava.
Nascera na madrugada de um dia muito frio. O corpinho tenro, agarrado ao útero da mãe menininha, fora de lá arrancado quase com violência a fim de salvar-lhe a vida.
Acho que ela não queria nascer. O ninho aconchegante que a mãe em seu imo lhe oferecia, representava a segurança contra um mundo hostil que ela adivinhara através das lágrimas, sentimentos entrecortados de dúvidas e ansiedades no coração daquela que lhe dera a vida.
Ela, ali escondidinha, um dia, ouvira o apelo do pai, sentira-lhe as mãos quase como uma carícia, ouvira-lhe as palavras plenas de ternura, rogando-lhe que viesse logo, ela que tardava mais que o necessário, pondo em risco sua existência. E sua voz, quente e mansa, ainda soava nos recessos de seu interior palpitante e temeroso, dadas as circunstâncias que ela ignorava. Depois, flor arrancada à haste, olhou o mundo com olhos surpresos e indagadores, e desde então, adormecido o inconsciente, começara para ela nova vida na qual, a pequena semente começaria um novo ciclo, a preparação da sementeira num futuro desconhecido.
Por tudo isso, drama que seu inconsciente adivinhava sem atinar bem com verdades, Maria era uma menina triste.
Guardava muita vida no olhar febril e irrequieto, a descobrir o mundo através do toque desinquieto das mãos que a tudo buscavam na ansiedade típica do ser que contempla a vida descortinando horizontes paralelos, vida dispersa, e tocando-as, agasalhar contente, átomos de vibrações dessa vida, compondo a música eloqüente do seu destino de musa, misto de anjo e de fada.
Crescera num ambiente acolhedor mesclado de amor, ternura e mil cuidados, desvelos constantes, mas... por que haveria sempre um, mas...?
Apanágio hilariante de profundas cogitações, a mente humana parece captar em determinadas instantes, conquanto fugazes, resquícios moldados nas dimensões do tempo cujo requinte das máscaras não conseguiu destruir.
Era a falta do pai que a deixava assim, ou era ainda algo que se entrevia nas linhas da vida através de um não sei que pairando no ar, uma necessidade maior, a falta de unidade, do triângulo uníssono para compor a melodia suave do seu caminho?
E, Maria, buscava através do olhar febril e percuciente, respostas que suavizassem os contornos esboçados do destino, no qual o elo que faltava, criavam um vinco de solidão capaz de alternar seu humor da alegria para a nostalgia de instante a outro.
-- Maria!
Novamente se fez ouvir a voz argentina buscando, debalde a atenção da garota que, cismarenta continuava seu vôo qual borboleta sedenta de luzes e de cores.
-- O que foi meu anjo? Eu te amo meu amor, conta pra mamãe o que você está pensando...
A menina esboçando leve sorriso, mergulhou nos da mãe, os olhos plenos de interrogações misto ternura, rejeição, tristeza, deixando por um instante vagar a mente num turbilhão de emoções para depois perguntar:
- Por que papai não vem com a gente?...
Eu a via sempre através da janela, olhar perdido ou mesmo a brincar com outras crianças. Sentia falta do seu sorriso, daquele seu jeito especial, anjo e criança traquinas, trazendo uma alegria alucinante e ao mesmo tempo, aquele aperto no coração teimando em encontrar tristezas na pequenina Maria, tão linda e tão frágil!...
Um dia não a vi mais à janela...
Debalde a procurei. Havia partido com a família não sei pra onde. Confesso que chorei sentindo falta do pequeno anjo sem asas, pássaro triste engaiolado num corpo de criança a quem eu ainda tanto amo.
Jamais poderei esquecer o brilho dos seus olhos, o sorriso puro e ingênuo quando a estreitava nos braços, quando lhe contava estórias mil, e ela atenta, seguia um a um os meus gestos, me abraçava contente, e eu era feliz.
O meu olhar de ontem, ainda a procura nas dobras de um tempo irreverente e cruel, que indiferente à dor de uma saudade, continua inflexível na sua marcha, e célere, a transformou em mulher.
Onde estará a pequena Maria, quem escutou seu canto e presenciou a mutação que a vida e o tempo impõem ao ser humano?
Onde está você Maria?
(Medalha de Bronze do V Concurso Nacional de Crônicas do Clube Literário de Brasília DF - 1996)
Do Livro "Confidências no Espelho" A ser brevemente editado.
Scarolla Carolina
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Flores com amor!
Técnica Mista
Dimensão: 40x60
Preço sob consulta pelo telefone: 83403835 ou pelo site:
soniacarolina7@yahoo.com.br
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soniacarolina7@yahoo.com.br
Scarolla Carolina
sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Ronda
Ronda o sol pela campina insone.
Mãos douradas acariciando
os caules, sugando orvalho
de pétalas estremecidas
de enlevo e de prazer.
Caminho fremente
em meio ao orgasmo cristalino
das flores molhadas.
Vestido vermelho, roupa da noite
rompendo o dia na imensidão do campo,
enlaçando o vento e perfumando a aurora
entre núvens clandestinas, sem destino,
a andar à toa, suspirando, presa
ao pedestal de alguma dor.
Sempre assim:
estendo minha canção ao brilho daquela estrela,
envolta em véus, cingindo as flores
de uma primavera tardia
umedecida pela emoção de outras certezas,
flor que, sem indagar, perfuma...
Aqui estou.
Àgua pura escorrendo
na turquesa dos olhos
rolando melancolia além do tempo.
Por mares dantescos, espumas exíguas,
suspiros, paixão e despedidas
na rasa solidão em que me entrego.
Eis-me aqui.
Fôlha amarelecida de saudade esvoaçando
sobre corpos adormecidos.
Pensamentos efêmeros perdidos nas fímbrias
do horizonte tardio
acordam ecos longinquos
de um marulhar de asas por caminhos suspensos
ao encontro de amores perdidos...
Dor consumada:
te encontrei.
Vestido vermelho,
roupa da noite sangrando em carmim...
Rosa vermelha exalando saudades
pelos espinhos do tempo,
andando à toa na noite sem fim.
Poema extraído do Livro: "Metamorfose" 2006 LGE Editora
Sônia Carolina
Brasília DF
Scarolla Carolina
Mãos douradas acariciando
os caules, sugando orvalho
de pétalas estremecidas
de enlevo e de prazer.
Caminho fremente
em meio ao orgasmo cristalino
das flores molhadas.
Vestido vermelho, roupa da noite
rompendo o dia na imensidão do campo,
enlaçando o vento e perfumando a aurora
entre núvens clandestinas, sem destino,
a andar à toa, suspirando, presa
ao pedestal de alguma dor.
Sempre assim:
estendo minha canção ao brilho daquela estrela,
envolta em véus, cingindo as flores
de uma primavera tardia
umedecida pela emoção de outras certezas,
flor que, sem indagar, perfuma...
Aqui estou.
Àgua pura escorrendo
na turquesa dos olhos
rolando melancolia além do tempo.
Por mares dantescos, espumas exíguas,
suspiros, paixão e despedidas
na rasa solidão em que me entrego.
Eis-me aqui.
Fôlha amarelecida de saudade esvoaçando
sobre corpos adormecidos.
Pensamentos efêmeros perdidos nas fímbrias
do horizonte tardio
acordam ecos longinquos
de um marulhar de asas por caminhos suspensos
ao encontro de amores perdidos...
Dor consumada:
te encontrei.
Vestido vermelho,
roupa da noite sangrando em carmim...
Rosa vermelha exalando saudades
pelos espinhos do tempo,
andando à toa na noite sem fim.
Poema extraído do Livro: "Metamorfose" 2006 LGE Editora
Sônia Carolina
Brasília DF
Scarolla Carolina
Criança
Reprodução de tela de Artista desconhecido
Óleo/tela
Uma lembrança do meu querido pai Davidson que amava esta tela.
Esta tela pertence à
Afonso Celso Fernandes de Andrade Curitiba PR
Scarolla Carolina
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Encontros no tempo
Ainda me lembro apesar dos anos que se foram...
Ah! Como o tempo passou tão depressa? Sinto-o escorrer por entre os meus dedos que em vão, sempre tentava detê-lo.
A tarde ensolarada, os olhos ansiosos à espera da construção final do meu trabalho, uma canção feita de cores, de luz e encantamento, pura magia.
E eis que de repente, ali, entre minhas mãos surgia como mágica, nas estonteantes cores, a pipa, radiante de promessas, no bailado fugidio das rabiolas luminosas e entrelaçadas, pendentes, sôfregas de aventura e devaneios...
Depois, os dedos ágeis tocando-a, o riso doce e cristalino, e outros olhos à espera, ansiosos...
Depois, uma a uma... Um ritual de amor e fantasia.
E a alegria!. O campo levemente florido pela estação, o cheiro do mato verde, o sol, o vento e as pipas fendendo o ar na algazarra sutil de quem descobre a vida e governa o mundo...
A emoção tremulando em meio à brisa adocicada de uma tarde de verão enquanto ali, bem perto, as faces róseas, ardentes de sol e de esperança...
- Cuidado aí, gritava o garoto de calças curtas ao outro que, desafiante, erguia as mãos em solavancos, provocando a subida vertiginosa da pipa feita de cores e esperança.
- Olha como ela sobe, gritava ainda o outro, irreverente e atrevido, olhos repletos de satisfação, atiçando a pipa aos solavancos, dando linha, como um dia o faria em seu próprio destino...
E com tamanho deslumbramento, o céu escancarando o azul, parecia maior enquanto a abóbada anil se expandia para que as pipas esvoaçantes feitas de sonho peregrinassem pelos flancos de ouro da tarde irrequieta em busca do entardecer.
Jamais poderei esquecer o brilho dos olhos, as mãozinhas ansiosas, o olhar febril e sôfrego de emoção... e, após tanto riso, o grito angustioso, a decepção...
- Rasgou a minha pipa! Soluçou o terceiro.
A voz chorosa, o grito alucinante, a dor da perda. Apenas as primeiras lições que a vida nos ensina. Mas logo, lá ia eu...
Papel, tesoura cola...
- Cadê o bambu? A mãe replicava ao garoto que, displicente enxugava uma lágrima atrevida entre sorrisos de alegria pela reconstrução...
- Aqui, mãe. Depressa! A tarde está acabando!
E as mãos ágeis, iam refazendo os sonhos, ainda presos, ansiando talvez, com a liberdade nas investidas sutis em busca daquele cerúleo ou daquele esplendor dourado iluminando o dia.
Ah! Ainda me lembro... A dor irremediável enquanto o tempo, girando, girando nas cornucópias indeléveis da vida seguia sem descanso, sem se importar com as perdas inevitáveis e necessárias pelas quais temos que aprender.
Tanta pressa de viver, de descobrir a vida, fazendo das pipas o corpo, alma e mente naquelas investidas irrequietas, rasgando o ar num desafio de cores e rebeldia.
O ritual da vida se espargindo pelo mistério das horas murmurantes, indiferente ao nosso desejo irreprimível de conte-las, e manter junto ao peito as pérolas de amor que um dia gerei com ardor.
Os donos dos sonhos coloridos, pedaços de minha alma, meus três amores! ( que como as pipas, um dia se elevando às alturas aprenderam a voar e livres iniciaram o caminho deslumbrante da vida...)
Scarolla Carolina
sábado, 15 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Emoções
A esperança e o medo
os irmãos gêmeos
da alegria e da tristeza.
Alegre porque espera
triste, pois não tem expectativa.
Paixão.
Expectativa e frustração,
amor e ódio tentando
chegar à singularidade
através da verdade.
A razão não consegue
refrear o afeto,
a fragmentação flutuante,
a impotência
diante do amor
pois a dúvida,
o desafeto mais triste
vaga pelas lembranças
em meio à razão
que, de repente,
nega tudo.
Saudade!... Soluça a alma
que grita no silêncio das ogivas
das grandes catedrais.
E apenas o som,
o som do vento cortando esse silêncio
que diz mais que todas as palavras.
Entre a esperança e o medo,
o desejo e a inquietação.
Mais nada.
Scarolla Carolina
Scarolla Carolina
O Ponto de Mutação
Técnica Mista
Tríptico
Tela doada ao "Centro Espírita Francisco de Assis" para obras sociais.
Scarolla Carolina
"Ao término de um período de decadência sobrevém
o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas esse não é
gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamento. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nem um dano.
I CHING
Tríptico
Tela doada ao "Centro Espírita Francisco de Assis" para obras sociais.
Scarolla Carolina
"Ao término de um período de decadência sobrevém
o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas esse não é
gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamento. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nem um dano.
I CHING
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
Renovação
Crisálidas febris a pernoitar pela madrugada fria em inquietas fontes de prazer e agonia reverberam solenes, a canção de uma primavera que ainda dormita, ouvindo o canto sutil das invernadas.
A espera da terra no cio, o prazer da semente fecundada no leito verde das campinas, a canção que canta o vento, enquanto penteia a cabeleira das florestas em síncopes de cor e de perfume...
Ah!... É a sinfonia da vida que recomeça a cada instante, conquanto treva, no grito gesto de um silêncio repetido através do eco dolorido dos sinos pelos vales, onde permanecem, para sempre, os suspiros de uma primavera envolta em cânticos de paz e esplendor.
E eu, pássaro livre no deslumbramento desse espaço experimento a vibração do vôo plácido, o vôo azul, inesgotável como um arpejo na melodia infinita, no infinito dos meus sonhos, brilhando ao sol como ametista e diamante na concha de coral azul do firmamento em prece.
Te amo!
Scarolla Carolina
Scarolla Carolina
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
À Luz da Prosperidade
Sônia Carolina
Tela: Técnica Mista
Pessoas interessadas em adquirir telas, telefonar para : 83403835
scarola2012@gmail.com
segunda-feira, 27 de agosto de 2012
Sussuros na noite
O grito azul de uma gaivota peregrina riscou o ar do horizonte cerúleo deixando no anil, um rastro de luz de sonho e ousadia.
E sobre um sólido mar de cristal inoxidável, deixou verter pérolas de inigualável frescor...
Ah! .... Então a luz, indecifrável enigma, rasgou as franjas de névoas inclementes em meio ao eclipse lunar que, transitando em meio aos soluços violáceos das estrelas murmurantes, cantou seu nome.
Ah!... Essa presença- ausência de nós dois...
Eu a sinto ainda neste desejo que me oprime...
Eu a sinto viver ainda, em meio às visões que passam sussurrando, no delírio destes versos, no suspirar singular de um desejo suspenso no silêncio, nessa pausa de estridente luz que clama em meio à madrugada a voejar, singela...
Sinto-a também em meio à profana melodia que, singrando esse mar de basalto azul povoado de estrelas e de sonhos, me traz de volta você...
Você que me esqueceu...
Você que ainda amo e faz parte de toda essa estória de profecias e de anjos, de dores e demônios, de sorrisos e lembranças...
Cavalgo o silêncio, empunho a minha espada - Dom Quixote – ainda a hostilizar moinhos...
Eu, na luta inglória e infernal à procura de você...
Nesse mar de cristal inviolável, estremeço, mergulho e me confundo com a luz que desperta o brilho de prata das estrelas refletidas no azul turquesa, no azul zimbório de anil e ametista...
Adormeço nessa saudade.
Scarolla Carolina
O despertar da Bruxa
O despertar faz forças interiores num momento indeterminado da vida, irrompe qual gêiser há muito controlado e sufocado pela válvula que, premida pelo furacão interior, mais não faz que liberar de seu âmago, a força criativa de um mundo que, uma vez livre, dará origem a um novo macrocosmo interior, se dilatando pelos poros, na luz exuberante dos olhos da mente, a se exteriorizar nos elementos de cuja ajuda não prescinde: completa.
O que é essa força, essa energia interior que surge quando menos esperamos, acordando sensações e conhecimentos esquecidos, sob cuja magia nos transforma de servos em senhores do próprio destino?
Como manipular a energia, que vigorosa nos enlaça, e de nós emana em síncopes de poder e prazer, tornando-nos se podemos assim dizer, deuses, já que nos tornamos capazes de engendrar fluídos, e nos sentimos complementos dessa potência interna que rege os acertos e desacertos do homem, que conduz e dirige, aprisiona e liberta com seus tentáculos vigorosos de emoção ao abranger as energias virtuais da terra, nos liberando para as emanações suaves do Cosmo Superior?
Como se conduzir, premidos pelas paixões, sentimentos ainda estáveis na mente do homem encarnado, nos sentindo capazes de reter e dispersar fluídos, elementos estes que, vindos das profundezas dos elementais da terra, quais raízes invioláveis e indivisíveis, se incorporam ao nosso ser revitalizando e reconstruindo junto às energias solares, perpassando pelo nosso organismo em síncopes de prazer, dimensionando o corpo e mente a outras esferas, nichos de esplêndida e catalisadora fonte de saber e emoções, capazes de auto-dimensionar o espírito para universos outros paralelos, ignoradas forças de alegria e conhecimento que emanam do Supremo Criador?
Indevassáveis respostas fluem do nosso eu disperso pela subtileza da descoberta, no reencontro de si mesma...
O despertar das descobertas ruge então qual tempestade que chega alagando, destruindo e criando vida, cobrindo de devastação e flores a personalidade virtualmente empolgada do ser que se descobre e se direciona para o bem ou para o mal, já que as energias explodem e o mago recém-descoberto pode delas fazer o uso que desejar...
E acordam em frêmitos terríveis reminiscências de tempos outros, invioláveis sigilos.
Mistérios profanos envolvidos em larga escala de danosas experiências, sucesso deplorado na ampulheta do tempo, a tumultuar a mente na difícil escolha do poder, e do querer.
Até onde, liberdade ou prisão na mente estereotipada do mago?
Até onde, o vôo contido enquanto o horizonte espera, onde o portal do tempo se descerra à sua espera que, enraizado qual árvore da vida, pássaro de asas feridas, contempla cada vez mais longe, o silêncio que rege a grande sinfonia do seu mundo interior?
É preciso seguir apesar das amarras, das âncoras, a que preso se detém deixar seu destino caminhar rumo ao futuro direcionado e construído pelos cordéis sublimes do livre arbítrio.
E temei oh! Mago, a lei do uso das faculdades recém-descobertas...
Aplicai-as benevolentemente enquanto há luz, e enquanto pernoitam contigo gaviões e andorinhas na saudável complacência que o amor e o respeito impõem às criaturas em desenvolvimento.
É chegado o difícil momento a escolha entre o Bem e o Mal.
Fogo, Água, Terra e Ar, explodem escancarando o indecifrável enigma dos hieróglifos tartamudeados do futuro.
Acrisolado em longa e tediosa a teia de agonia, enquanto um riso frenético do amanhã o envolve em névoas de esperança e maldição, o mago acena para si mesmo enquanto corre o tempo na ampulheta sigilosa da vida.
Desperta, tu que dormes, ó ave fogosa, saudosa dos paramos inigualáveis onde a natureza saúda o Que é O que Pode o que Ousa o que Sabe Querer.
Avante mago que as estrelas te esperam na sinfonia universal do firmamento, como a tônica inseparável na melodia igualável do universo.
Scarolla Carolina
O Samovar de Prata
(para a escritora Sônia Carolina)
Josélia Costandrade
Um samovar de prata... Se perdidas
no tempo incauto, surgem mil lembranças,
rasgando os véus, as portas escondidas,
escancarados, nas trilhas de andanças.
Balalaicas tangidas pelo vento,
na densa noite, de céu camuflado,
visões tão claras vem – lhe ao pensamento,
como quadro por um mestre pintado.
Leve aroma de rosa e de verbena,
envolve o perpassar de cada cena,
num abraço do tempo não silente.
No samovar, sobre os carvões, a chama
o chá borbulha, o coração se inflama
com a emoção do passado presente.
sexta-feira, 24 de agosto de 2012
Metamorfose
Livro de Poesias 2007 Brasília DF
Iluustrações de Sônia Carolina
Capa de Ralfe Braga
Os livros estão à venda pelo site: soniacarolina7@yahoo.com.br ou
scarola2012@gmail.com
Por telefone:83493835
Preço: $35.00 (preço do livro mais despesas de envio)
Scarolla Carolina
Iluustrações de Sônia Carolina
Capa de Ralfe Braga
Os livros estão à venda pelo site: soniacarolina7@yahoo.com.br ou
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Por telefone:83493835
Preço: $35.00 (preço do livro mais despesas de envio)
Scarolla Carolina
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