sexta-feira, 28 de setembro de 2012
quinta-feira, 27 de setembro de 2012
Ronda
Ronda o sol pela campina insone.
Mãos douradas acariciando
os caules, sugando orvalho
de pétalas estremecidas
de enlevo e de prazer.
Caminho fremente
em meio ao orgasmo cristalino
das flores molhadas.
Vestido vermelho, roupa da noite
rompendo o dia na imensidão do campo,
enlaçando o vento e perfumando a aurora
entre núvens clandestinas, sem destino,
a andar à toa, suspirando, presa
ao pedestal de alguma dor.
Sempre assim:
estendo minha canção ao brilho daquela estrela,
envolta em véus, cingindo as flores
de uma primavera tardia
umedecida pela emoção de outras certezas,
flor que, sem indagar, perfuma...
Aqui estou.
Àgua pura escorrendo
na turquesa dos olhos
rolando melancolia além do tempo.
Por mares dantescos, espumas exíguas,
suspiros, paixão e despedidas
na rasa solidão em que me entrego.
Eis-me aqui.
Fôlha amarelecida de saudade esvoaçando
sobre corpos adormecidos.
Pensamentos efêmeros perdidos nas fímbrias
do horizonte tardio
acordam ecos longinquos
de um marulhar de asas por caminhos suspensos
ao encontro de amores perdidos...
Dor consumada:
te encontrei.
Vestido vermelho,
roupa da noite sangrando em carmim...
Rosa vermelha exalando saudades
pelos espinhos do tempo,
andando à toa na noite sem fim.
Poema extraído do Livro: "Metamorfose" 2006 LGE Editora
Sônia Carolina
Brasília DF
Scarolla Carolina
Mãos douradas acariciando
os caules, sugando orvalho
de pétalas estremecidas
de enlevo e de prazer.
Caminho fremente
em meio ao orgasmo cristalino
das flores molhadas.
Vestido vermelho, roupa da noite
rompendo o dia na imensidão do campo,
enlaçando o vento e perfumando a aurora
entre núvens clandestinas, sem destino,
a andar à toa, suspirando, presa
ao pedestal de alguma dor.
Sempre assim:
estendo minha canção ao brilho daquela estrela,
envolta em véus, cingindo as flores
de uma primavera tardia
umedecida pela emoção de outras certezas,
flor que, sem indagar, perfuma...
Aqui estou.
Àgua pura escorrendo
na turquesa dos olhos
rolando melancolia além do tempo.
Por mares dantescos, espumas exíguas,
suspiros, paixão e despedidas
na rasa solidão em que me entrego.
Eis-me aqui.
Fôlha amarelecida de saudade esvoaçando
sobre corpos adormecidos.
Pensamentos efêmeros perdidos nas fímbrias
do horizonte tardio
acordam ecos longinquos
de um marulhar de asas por caminhos suspensos
ao encontro de amores perdidos...
Dor consumada:
te encontrei.
Vestido vermelho,
roupa da noite sangrando em carmim...
Rosa vermelha exalando saudades
pelos espinhos do tempo,
andando à toa na noite sem fim.
Poema extraído do Livro: "Metamorfose" 2006 LGE Editora
Sônia Carolina
Brasília DF
Scarolla Carolina
Criança
Reprodução de tela de Artista desconhecido
Óleo/tela
Uma lembrança do meu querido pai Davidson que amava esta tela.
Esta tela pertence à
Afonso Celso Fernandes de Andrade Curitiba PR
Scarolla Carolina
segunda-feira, 24 de setembro de 2012
terça-feira, 18 de setembro de 2012
Encontros no tempo
Ainda me lembro apesar dos anos que se foram...
Ah! Como o tempo passou tão depressa? Sinto-o escorrer por entre os meus dedos que em vão, sempre tentava detê-lo.
A tarde ensolarada, os olhos ansiosos à espera da construção final do meu trabalho, uma canção feita de cores, de luz e encantamento, pura magia.
E eis que de repente, ali, entre minhas mãos surgia como mágica, nas estonteantes cores, a pipa, radiante de promessas, no bailado fugidio das rabiolas luminosas e entrelaçadas, pendentes, sôfregas de aventura e devaneios...
Depois, os dedos ágeis tocando-a, o riso doce e cristalino, e outros olhos à espera, ansiosos...
Depois, uma a uma... Um ritual de amor e fantasia.
E a alegria!. O campo levemente florido pela estação, o cheiro do mato verde, o sol, o vento e as pipas fendendo o ar na algazarra sutil de quem descobre a vida e governa o mundo...
A emoção tremulando em meio à brisa adocicada de uma tarde de verão enquanto ali, bem perto, as faces róseas, ardentes de sol e de esperança...
- Cuidado aí, gritava o garoto de calças curtas ao outro que, desafiante, erguia as mãos em solavancos, provocando a subida vertiginosa da pipa feita de cores e esperança.
- Olha como ela sobe, gritava ainda o outro, irreverente e atrevido, olhos repletos de satisfação, atiçando a pipa aos solavancos, dando linha, como um dia o faria em seu próprio destino...
E com tamanho deslumbramento, o céu escancarando o azul, parecia maior enquanto a abóbada anil se expandia para que as pipas esvoaçantes feitas de sonho peregrinassem pelos flancos de ouro da tarde irrequieta em busca do entardecer.
Jamais poderei esquecer o brilho dos olhos, as mãozinhas ansiosas, o olhar febril e sôfrego de emoção... e, após tanto riso, o grito angustioso, a decepção...
- Rasgou a minha pipa! Soluçou o terceiro.
A voz chorosa, o grito alucinante, a dor da perda. Apenas as primeiras lições que a vida nos ensina. Mas logo, lá ia eu...
Papel, tesoura cola...
- Cadê o bambu? A mãe replicava ao garoto que, displicente enxugava uma lágrima atrevida entre sorrisos de alegria pela reconstrução...
- Aqui, mãe. Depressa! A tarde está acabando!
E as mãos ágeis, iam refazendo os sonhos, ainda presos, ansiando talvez, com a liberdade nas investidas sutis em busca daquele cerúleo ou daquele esplendor dourado iluminando o dia.
Ah! Ainda me lembro... A dor irremediável enquanto o tempo, girando, girando nas cornucópias indeléveis da vida seguia sem descanso, sem se importar com as perdas inevitáveis e necessárias pelas quais temos que aprender.
Tanta pressa de viver, de descobrir a vida, fazendo das pipas o corpo, alma e mente naquelas investidas irrequietas, rasgando o ar num desafio de cores e rebeldia.
O ritual da vida se espargindo pelo mistério das horas murmurantes, indiferente ao nosso desejo irreprimível de conte-las, e manter junto ao peito as pérolas de amor que um dia gerei com ardor.
Os donos dos sonhos coloridos, pedaços de minha alma, meus três amores! ( que como as pipas, um dia se elevando às alturas aprenderam a voar e livres iniciaram o caminho deslumbrante da vida...)
Scarolla Carolina
sábado, 15 de setembro de 2012
quinta-feira, 13 de setembro de 2012
terça-feira, 11 de setembro de 2012
quinta-feira, 6 de setembro de 2012
Emoções
A esperança e o medo
os irmãos gêmeos
da alegria e da tristeza.
Alegre porque espera
triste, pois não tem expectativa.
Paixão.
Expectativa e frustração,
amor e ódio tentando
chegar à singularidade
através da verdade.
A razão não consegue
refrear o afeto,
a fragmentação flutuante,
a impotência
diante do amor
pois a dúvida,
o desafeto mais triste
vaga pelas lembranças
em meio à razão
que, de repente,
nega tudo.
Saudade!... Soluça a alma
que grita no silêncio das ogivas
das grandes catedrais.
E apenas o som,
o som do vento cortando esse silêncio
que diz mais que todas as palavras.
Entre a esperança e o medo,
o desejo e a inquietação.
Mais nada.
Scarolla Carolina
Scarolla Carolina
O Ponto de Mutação
Técnica Mista
Tríptico
Tela doada ao "Centro Espírita Francisco de Assis" para obras sociais.
Scarolla Carolina
"Ao término de um período de decadência sobrevém
o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas esse não é
gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamento. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nem um dano.
I CHING
Tríptico
Tela doada ao "Centro Espírita Francisco de Assis" para obras sociais.
Scarolla Carolina
"Ao término de um período de decadência sobrevém
o ponto de mutação. A luz poderosa que fora banida ressurge. Há movimento, mas esse não é
gerado pela força... O movimento é natural, surge espontaneamento. Por essa razão, a transformação do antigo torna-se fácil. O velho é descartado, e o novo é introduzido. Ambas as medidas se harmonizam com o tempo, não resultando daí, portanto, nem um dano.
I CHING
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