O despertar faz forças interiores num momento indeterminado da vida, irrompe qual gêiser há muito controlado e sufocado pela válvula que, premida pelo furacão interior, mais não faz que liberar de seu âmago, a força criativa de um mundo que, uma vez livre, dará origem a um novo macrocosmo interior, se dilatando pelos poros, na luz exuberante dos olhos da mente, a se exteriorizar nos elementos de cuja ajuda não prescinde: completa.
O que é essa força, essa energia interior que surge quando menos esperamos, acordando sensações e conhecimentos esquecidos, sob cuja magia nos transforma de servos em senhores do próprio destino?
Como manipular a energia, que vigorosa nos enlaça, e de nós emana em síncopes de poder e prazer, tornando-nos se podemos assim dizer, deuses, já que nos tornamos capazes de engendrar fluídos, e nos sentimos complementos dessa potência interna que rege os acertos e desacertos do homem, que conduz e dirige, aprisiona e liberta com seus tentáculos vigorosos de emoção ao abranger as energias virtuais da terra, nos liberando para as emanações suaves do Cosmo Superior?
Como se conduzir, premidos pelas paixões, sentimentos ainda estáveis na mente do homem encarnado, nos sentindo capazes de reter e dispersar fluídos, elementos estes que, vindos das profundezas dos elementais da terra, quais raízes invioláveis e indivisíveis, se incorporam ao nosso ser revitalizando e reconstruindo junto às energias solares, perpassando pelo nosso organismo em síncopes de prazer, dimensionando o corpo e mente a outras esferas, nichos de esplêndida e catalisadora fonte de saber e emoções, capazes de auto-dimensionar o espírito para universos outros paralelos, ignoradas forças de alegria e conhecimento que emanam do Supremo Criador?
Indevassáveis respostas fluem do nosso eu disperso pela subtileza da descoberta, no reencontro de si mesma...
O despertar das descobertas ruge então qual tempestade que chega alagando, destruindo e criando vida, cobrindo de devastação e flores a personalidade virtualmente empolgada do ser que se descobre e se direciona para o bem ou para o mal, já que as energias explodem e o mago recém-descoberto pode delas fazer o uso que desejar...
E acordam em frêmitos terríveis reminiscências de tempos outros, invioláveis sigilos.
Mistérios profanos envolvidos em larga escala de danosas experiências, sucesso deplorado na ampulheta do tempo, a tumultuar a mente na difícil escolha do poder, e do querer.
Até onde, liberdade ou prisão na mente estereotipada do mago?
Até onde, o vôo contido enquanto o horizonte espera, onde o portal do tempo se descerra à sua espera que, enraizado qual árvore da vida, pássaro de asas feridas, contempla cada vez mais longe, o silêncio que rege a grande sinfonia do seu mundo interior?
É preciso seguir apesar das amarras, das âncoras, a que preso se detém deixar seu destino caminhar rumo ao futuro direcionado e construído pelos cordéis sublimes do livre arbítrio.
E temei oh! Mago, a lei do uso das faculdades recém-descobertas...
Aplicai-as benevolentemente enquanto há luz, e enquanto pernoitam contigo gaviões e andorinhas na saudável complacência que o amor e o respeito impõem às criaturas em desenvolvimento.
É chegado o difícil momento a escolha entre o Bem e o Mal.
Fogo, Água, Terra e Ar, explodem escancarando o indecifrável enigma dos hieróglifos tartamudeados do futuro.
Acrisolado em longa e tediosa a teia de agonia, enquanto um riso frenético do amanhã o envolve em névoas de esperança e maldição, o mago acena para si mesmo enquanto corre o tempo na ampulheta sigilosa da vida.
Desperta, tu que dormes, ó ave fogosa, saudosa dos paramos inigualáveis onde a natureza saúda o Que é O que Pode o que Ousa o que Sabe Querer.
Avante mago que as estrelas te esperam na sinfonia universal do firmamento, como a tônica inseparável na melodia igualável do universo.
Scarolla Carolina
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